31/10/2012 - G1 MA
Para não correr o risco de perder produção, o Nordeste precisa investir R$ 71 bilhões em logística, sobretudo em rodovias e ferrovias. Um dos gargalos que podem travar o escoamento da produção nos nove Estados nordestinos, segundo a Confederação Nacional da Indústria (CNI), é o estrangulamento de portos e ferrovias.
A confederação alerta que dois terços da Estrada de Ferro Carajás - um que liga São Luís a Açailândia e outro que liga Açailândia a Marabá - já operam próximo do limite da capacidade e devem atingir o limite crítico em 2020. O Complexo Portuário de São Luís já estaria operando acima da capacidade e também deve atingir estado crítico em oito anos.
O estudo mostra que as indústrias nordestinas possuem o equivalente a R$ 29 bilhões por ano; 81% da produção está concentrado no setor de bebidas, papel e celulose, açúcar, álcool, combustíveis, biscoitos e bolachas, autopeças, farinha de trigo e petroquímicos.
O Nordeste gasta, por ano, R$ 30 bilhões com transporte, incluindo fretes internos, pedágios, tarifas portuárias e fretes marítimos. O custo deve ficar ainda maior, já que a Vale Logística comunicou ao Sindicato das Agências de Navegação Marítima do Maranhão, que vai cobrar, a partir de 1º de dezembro, R$ 1,93 por tonelada movimentada no Berço 105, no Porto do Itaqui.
A tarifa vai ser aplicada nas operações de carga e descarga dos navios. O cais pertence ao Porto do Itaqui e foi arrendado para a Companhia Vale. Se você adiciona mais um item, isso impacta diretamente, imediatamente, na competitividade do produto que você vai operar naqueles terminais onde você está implantando uma nova taxa, explicou Jorge Afonso Quagliani, presidente do Sindindicato das Agências de Navegação Marítima no Maranhão.
O estudo da CNI revela que apenas um quarto dos 83 projetos considerados prioridades no Nordeste estão em andamento; 15% deles com participação da iniciativa privada. A confederação está propondo a formação de uma força tarefa com a missão de planejar a logística de transporte e cargas no país.
A força tarefa vai trabalhar junto ao governo estadual, municipais, à bancada de todo o Nordeste, para que esse projeto possa ser encaminhado e conduzido de forma efetiva junto aos ministérios, junto ao governo federal, para que os recursos sejam liberados para esses investimentos. Não esquecendo que, grande parte desses recursos, são de origem da iniciativa privada, finalizou o presidente da Federação das Indústrias do Maranhão, Edilson Baldez.
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